sexta-feira, 4 de março de 2011

Compras coletivas faturam mais de R$ 1 milhão no RN
Os sites de compras coletivas chegaram de mansinho, ganharam público e se transformaram em uma verdadeira febre no Brasil. E no Rio Grande do Norte não foi diferente. Desde a primeira oferta, lançada ao público natalense em setembro do ano passado, até o final de janeiro deste ano, já são 164 ofertas,
mais de 74 mil cupons vendidos e um total comercializado superior a R$ 1 milhão.
Os dados fazem parte de uma pesquisa realizada pelo Observatório do Rio Grande do Norte. O trabalho considerou o período de 26 de setembro, quando foi ofertada a primeira oportunidade em Natal, até o dia 31 de janeiro deste ano. Em pouco mais de quatro meses, foram exatamente 164 ofertas, 74.770 cupons vendidos, R$ 1.180.493,99 comercializados e R$ 15,79 de venda média.
Segundo o responsável pelo Observatório, o economista Otomar Cardoso, as compras coletivas entraram em boa sintonia com o mercado consumidor potiguar. “Apesar de ter demorado um pouco a chegar ao mercado local, essa é uma modalidade de compra que tem conquistado inúmeros clientes norte-riograndenses. O apelo ao consumidor tem funcionado e produzido ótimos resultados para as empresas de compras coletivas”, destacou o economista.
Para se ter uma ideia do aquecimento deste mercado, ele é responsável hoje por uma movimentação diária de mais de R$ 10 mil. E isto apenas considerando os sete maiores sites do ramo.
Ranking de empresas de compras coletivas com ofertas concentradas em Natal (até 31 de janeiro de 2011):


Ordem Empresa Oferta Cupons Vendidos Total de Vendas Venda Média
1º Peixe Urbano 49 55.659 716.307,80 12,87
2º Groupon 17 4.627 138.271,80 29,88
3º Imperdível 30 4.938 119.525,90 24,21
4º Deguste Aqui 28 5.639 106.864,25 18,95
5º Natal Urbano 10 1.458 54.688,50 37,51
6º Tá na Iska 18 1.577 24.816,30 15,74
7º Pé de Desconto 12 872 20.019,44 22,96
Total ------ 164 74.770 1.180.493,99 15,79



Entre as ofertas, descontos imperdíveis que fazem qualquer produto ou serviço parecer a melhor compra da sua vida. Este é o apelo de marketing que tem feito o sucesso destas empresas.
Sucesso alavancado, principalmente, pelo setor de serviços, que abrange os quatro primeiros lugares no ranking dos principais itens ofertados. Alimentação, cuidados pessoais, academia e lazer respondem, sozinhos, por 83% das ofertas anunciadas até o final de janeiro.
Apenas no item Alimentação, distribuído nos subitens Restaurantes, Bar/Petisco e Lanches, as compras somaram mais de R$ 429 mil (uma média comercializada de R$ 4mil por dia).


Principais itens de serviços e produtos ofertados pelas empresas de compras coletivas com oferta em Natal (até 31 de janeiro de 2011):
Ordem Grupo Valor Total (R$) Itens Valor Parcial (R$) Ofertas
1º Alimentação 514.324,25 Restaurante 282.147,24 33,00
Lanche 155.071,29 26,00
Bar/Petisco 77.105,72 20,00
2º Cuidados Pessoais 407.591,50 Estética 242.047,60 26,00
Cabelo 91.945,90 13,00
Spa 43.231,00 3,00
Podologia/Manicure 30.367,00 2,00
3º Academia 96.787,20 Academia 96.787,20 6,00
4º Lazer 47.953,20 Dança, Paintball, Show 47.953,20 7,00
5º Veículo 32.525,54 Acessório, Manutenção 32.525,54 8,00
6º Foto 20.093,50 Foto 20.093,50 4,00
7º Saúde 6.997,20 Odontologia 6.997,20 1,00
8º Educação 3.360,00 Qualificação, Cursinho 3.360,00 2,00
--- Diversos 23.107,20 Diversos 23.107,20 13,00

A pesquisa mostra ainda que é o público feminino que tem o maior gasto por oferta, com uma média de R$ 55,88 por cupom. No entanto, é o masculino que atende ao maior número de oportunidades (8.360 cupons) e, por outro lado, o menos propenso a gastar, com uma média de R$ 28,76. Em outras palavras, as mulheres compram menos e mais caro, enquanto que os homens compram mais cupons, mas com valores bem inferiores aos registrados no público feminino.
“O que a gente observa é que os homens gastam mais com serviços de alimentação e para veículos. O público feminino, por sua vez, se sente mais tentado nas ofertas de cuidados pessoais”, explicou o economista Otomar Cardoso.
Já as ofertas que atendem aos públicos masculino e feminino, conjuntamente, mostram melhor desempenho. Já foram 50.016 aquisições e um retorno financeiro superior aos R$ 478 mil para as empresas de compras coletivas.
“Não é difícil entender porque esse tipo de comércio tem feito sucesso. Afinal, trata-se de um bom negócio para todos: primeiro, os sites de compras, que negociam os descontos e cobram uma bela comissão sobre os negócios realizados; segundo as empresas locais, que têm uma propaganda lançada em vários e-mails ativos; e por último, e não menos vantajoso, os consumidores, que desfrutam de um desconto excepcional”, explicou Otomar Cardoso.
Mas, quem pensa que este mercado é feito apenas de vantagens, se engana. O economista alerta que as empresas prestadoras dos serviços ou produtos devem ter atenção redobrada para não sair no prejuízo.
Quanto ao marketing e seus efeitos diretos para as empresas, os resultados têm sido geralmente positivos. As críticas recaem sobre a possibilidade da empresa ofertante simplesmente não atrair novos clientes.
“Ora, uma empresa que entra nesta modalidade deve buscar expandir seu mercado, fazer novos clientes. O risco, neste caso, é de que a empresa acabe atraindo apenas aqueles interessados exclusivamente na oferta, ou seja, consumidores que não vão voltar. E não somente isso. O grande risco é promover um mega-desconto para cliente tradicionais, que já estavam dispostos a pagar o preço regular do produto”, ponderou o economista.
Neste caso, a regra para as empresas é utilizar os sites de compras coletivas apenas como uma porta de entrada para novos clientes. “É preciso que as empresas tenham um plano de marketing que vá além de lançar a oferta. É preciso fazer deste comprador, atraído pelo site de compras, um potencial cliente e, futuramente, um cliente mesmo”, destacou Otomar Cardoso.

Fonte: Nominuto.com

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